sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sempre às seis horas da tarde

Zenith Andersen

Todos os domingos, às seis horas da tarde, o marido da minha amiga Violeta saia sorrateiramente de casa e logo voltava.
Um dia ela resolveu segui-lo: Ele ia telefonar no orelhão, embora o telefone de casa estivesse funcionando.
“- O que fizeste” – perguntei – “Brigaste? Uma cena de ciúme?”.
“- Não! Nada disso!”
“- E o que fizeste então?”
“- Fiz uma poesia.”

Sempre às seis horas da tarde


Na minha mente aquele “grilo” louco.

Em cada tarde de domingo
Eu morro um pouco...

E ainda vou morrer de verdade
Num domingo
Às seis horas da tarde.


(Todos os conteúdos desse BLOG estão registrados pela autora, Zenith Andersen, e fazem parte de seu próximo livro: "Estados de Espírito")

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