segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Solidão

Zenith Andersen
E pensar que de repente...
Tudo acabou...
E pensar...
Que foi tudo ilusão...
Aquele amor se foi...
Ou será que nunca existiu?
Um vazio enorme no meu peito...
Um gosto de fel...
Não há mais nada...
Só solidão...

(Todos os conteúdos desse BLOG estão registrados pela autora, Zenith Andersen, e fazem parte de seu próximo livro: "Estados de Espírito")

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sempre às seis horas da tarde

Zenith Andersen

Todos os domingos, às seis horas da tarde, o marido da minha amiga Violeta saia sorrateiramente de casa e logo voltava.
Um dia ela resolveu segui-lo: Ele ia telefonar no orelhão, embora o telefone de casa estivesse funcionando.
“- O que fizeste” – perguntei – “Brigaste? Uma cena de ciúme?”.
“- Não! Nada disso!”
“- E o que fizeste então?”
“- Fiz uma poesia.”

Sempre às seis horas da tarde


Na minha mente aquele “grilo” louco.

Em cada tarde de domingo
Eu morro um pouco...

E ainda vou morrer de verdade
Num domingo
Às seis horas da tarde.


(Todos os conteúdos desse BLOG estão registrados pela autora, Zenith Andersen, e fazem parte de seu próximo livro: "Estados de Espírito")

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Cigarra

Zenith Andersen
Você chegou como a cigarra,
por entre as folhagens,
cantando,
trazendo alegria ao meu coração.
Você partiu como a cigarra,
cantando,
levando a alegria para outras paragens...

(Todos os conteúdos desse BLOG estão registrados pela autora, Zenith Andersen, e fazem parte de seu próximo livro: "Estados de Espírito")

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Por do sol

Zenith Andersen
Por do sol... Beleza triste.
Melancolia.
Uma vontade enorme de chorar.
Mas... Chorar por quê?
É apenas o entardecer.
Amanhã é outro dia.
E o sol voltará a brilhar.

(Todos os conteúdos desse BLOG estão registrados pela autora, Zenith Andersen, e fazem parte de seu próximo livro: "Estados de Espírito")

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Diálogo com a quaresmeira

Zenith Andersen
Eu estava triste e deprimida
Fui ao jardim
Detive-me diante de uma quaresmeira toda florida

- “Que lindas flores”, eu disse.

E ela respondeu:
- “Sim!” “Somos lindas.”
“E você agora também é linda!”
“Ouça o canto dos sabiás!”
“Ouça o silêncio da mata!”
“Não saia daí!”
“Gosto de ser contemplada e admirada!”
“Sou vaidosa e você também deve ser!”

- “Sou velha”, respondi.
“E não tenho mais vaidades”

-“Engraçado!”, disse a flor.
“Eu não tinha reparado.”
“Eu só vejo a alma.”
“E seu espírito é jovem.”
“Você deve ter vinte ou duzentos anos.”
“Não sei bem calcular.”
“Espere!”
“Repare que meus pés estão secos, precisando de água.”
“E isso você pode resolver, não é mesmo?”

-“Voltei a sorrir”

(Todos os conteúdos desse BLOG estão registrados pela autora, Zenith Andersen, e fazem parte de seu próximo livro: "Estados de Espírito")