sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Gafe - parte dois

Diz-se que gafe não tem conserto.
Sim! Mas um sentimento frustrado.
Fixa-se na memória,
E algum tempo depois
Se transforma em amor.
Amor desencantado,
Magoado.
Mas, logo recompensa,
Alegando em sua defesa,
Argumentos do mesmo gênero.
Foi o que senti naquela quarta-feira,
Dia aprazado para a comemoração
Do almoço pelo regresso
Do filho amado.
Almoço festivo,
Ambiente alegre,
Iguarias deliciosas
E, como sobremesa
A “mousse de chocolate” da tia.
E um sorvete de frutas
Coloria, entrefechando
O Ágape...
Sorrisos, muito humor,
Recordando a gafe de quinta-feira...
Corações aliviados, tudo foi esquecido!
Quando há amor
Até as gafes tem conserto...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

GAFE - PARTE 1

Segundo Caldas Aulete, gafe é “(...) indiscrição involuntária, ação pensada e contrária às normas da boa sociedade, fiasco, mancada.”
Não! A minha foi muito mais!
Foi uma tremenda frustração, um sentimento doloroso de pena.
Foi assim:
Tudo preparado com esmero para o almoço de sexta-feira.
Motivo: a chegada de meu filho do exterior.
Tudo brilhava na casa: a prataria, os talheres, os cristais, a linda toalha de mesa, os arranjos, etc.
Minha irmã, que não mora comigo, viria também!
Traria a sobremesa predileta do sobrinho: mousse de chocolate.
A cozinheira caprichava no tempero de um belo assado de carne.
Tudo para o dia seguinte, uma sexta-feira.
Para facilitar o trabalho da empregada resolvi almoçar cedo:
Um almoço bem rápido com as sobras da véspera.
Recostei-me na cadeira da sala para relaxar...

De repente toca a campainha!
Deve ser a minha irmã.
Não! Não era ela!
Era meu filho, esperado com tanta ansiedade!
Mas esperado para amanhã!
A alegria  de vê-lo confundiu-se com a frustração da confusão de datas!
Ele logo percebeu, pelo ambiente, algo “no ar”!
Apelei para a minha esclerose!
Dei logo ordens à empregada para preparar um almoço ligeiro: Omelete de queijo, arroz fresquinho, farofa de banana e uma saladinha, sorvete de sobremesa.
Sentei-me com ele à mesa e conversamos sobre as novidades que, felizmente, eram muitas e boas.
Após o almoço, como é rotina em suas visitas, procurou saber se havia algo a consertar.
Sempre havia:
Uma TV desregulada, um DVD, o órgão eletrônico, pois meu netinho, brincando, apagou as memórias das teclas orquestradas!
Fizemos depois as finanças, escrevemos a planilha do mês e preparamos os papéis para o Imposto de Renda.
Assim passamos o dia...
Ao despedir-se, talvez notando o meu semblante de preocupação, prometeu voltar na quarta-feira para um almoço mais elaborado, com o vinho e as iguarias anteriormente prometidas.
Comemoraríamos, de verdade, a sua chegada.
É! Gafe não tem conserto mesmo!
E... Virando-se para a empregada, ele disse:
“Lembre-se que será quarta-feira o nosso almoço, hein?”

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Oração

ORAÇÃO


Devolva-me Jesus, meu Conselheiro
A paz...
Tire esse ódio do meu coração...
Devolva-me aquele coração
Humilhado
Massacrado
Mas que continha amor...
Com aquele coração
Eu sabia perdoar
Eu podia sobreviver...
Esse ódio
Vai me aniquilar
Vai me destruir
Devolva-me, meu Jesus, meu Conselheiro
A tranquilidade
A ilusão
A crença nos homens...
Faça-me ignorar as mentiras
As falsidades...
Devolva-me, meu Jesus, meu Conselheiro
Aquele coração puro
Para que eu possa outra vez
Sobreviver...