sexta-feira, 15 de abril de 2011

A viuvinha

Zenith Andersen
Manhã de um domingo ensolarado,
Convidando para um passeio na praia,
Ou uma meditação à beira da piscina.
A segunda opção me pareceu melhor.

Levei os jornais para a pérgola.
Li as notícias do dia, mas,
Logo as abandonei: violências,
Corrupções, frustrações, misérias,
Que me deprimiram.

Foi então que vi no deck da piscina,
Uma “viuvinha” – pássaro pequenininho,
Saltitante, que sempre aparece,
Quando aqui me sento,
Para ler ou meditar.

Minha coleguinha,
Não saia daí,
Vamos conversar.

A viuvinha parou e olhou-me,
Como se estivesse entendendo
Que eu também era uma viuvinha!

Falei então:
Nossos companheiros nos deixaram sós!
O que fazer?
Não sei se você também tem, como eu,
Uma lágrima descendo fácil, fácil...
Recordações, tristezas, saudades.

Saudades sim!
Tristezas não!
O dia está lindo,
O sol brilhando,
Por que chorar?

A viuvinha continuou saltitante,
Voltando várias vezes.

Resolvi dar um mergulho e nadar.
Começando a rotina do dia
Com alegria no coração.

A viuvinha foi embora,
Como se dissesse:
“Pronto. Cumpri a minha missão.”


(Todos os conteúdos desse BLOG estão registrados pela autora, Zenith Andersen, e fazem parte de seu próximo livro: "Estados de Espírito")

Um comentário:

  1. Tia querida, agradeço por nos premiar com mais este "devaneio".Beijos.

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