domingo, 19 de abril de 2015

Meditações de Zenith Andersen (por seu filho Roberto Andersen)

Meditação de Zenith Andersen

E, relendo “Estados de espírito”, de Zenith Andersen, absorvi um pouco de seu poema... meditação!

O céu nublado dificultava o apreciar simples e belo da natureza, permitindo que ondas de pensamentos invadissem sua mente. Eles iam e voltavam, sem qualquer controle consciente.

Céu claro incendeia a retina, alegra o espírito e impede a amargura, mesmo em um coração que percebe nunca ter alcançado a felicidade completa, mas que não se arrepende de sua escolha de vida.

Mas céu encoberto permite divagações e dá abertura para a chegada do sentimento da amargura...

As lembranças, que ela, naquele momento, tentava considerar “sem sentido”, a mente, que ela entendia como se estivesse “vazia”, e a amargura no coração, despertava o questionamento do:

“Quem sou eu? ”
“O que faço aqui? ”
“O que há em minha alma? ”

Questionamentos que eram constantes, embora camuflados pela sua dedicação permanente a uma vida social ativa e contagiante!

Mas nos intervalos, entre um chá com as amigas, e uma conversa animada comigo, pelo telefone, surgia a sensação de que havia um imenso deserto bem dentro de sua alma!

Um deserto que ela considerava imenso, e por onde ala caminhava e dava voltas, sem nada ouvir, sem nada sentir...

Um deserto, que minha mãe considerava “cansado”, “demorado”, e, por vezes, comparando-o a um coração que, segundo ela, nunca foi amado!

Mas, depois de toda essa reflexão, bastante forte, ela desejava sentir esse sentimento, não como tristeza, nem como melancolia, mas sim como um momento sublime, como ela bem disse, de meditação.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Gafe - parte dois

Diz-se que gafe não tem conserto.
Sim! Mas um sentimento frustrado.
Fixa-se na memória,
E algum tempo depois
Se transforma em amor.
Amor desencantado,
Magoado.
Mas, logo recompensa,
Alegando em sua defesa,
Argumentos do mesmo gênero.
Foi o que senti naquela quarta-feira,
Dia aprazado para a comemoração
Do almoço pelo regresso
Do filho amado.
Almoço festivo,
Ambiente alegre,
Iguarias deliciosas
E, como sobremesa
A “mousse de chocolate” da tia.
E um sorvete de frutas
Coloria, entrefechando
O Ágape...
Sorrisos, muito humor,
Recordando a gafe de quinta-feira...
Corações aliviados, tudo foi esquecido!
Quando há amor
Até as gafes tem conserto...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

GAFE - PARTE 1

Segundo Caldas Aulete, gafe é “(...) indiscrição involuntária, ação pensada e contrária às normas da boa sociedade, fiasco, mancada.”
Não! A minha foi muito mais!
Foi uma tremenda frustração, um sentimento doloroso de pena.
Foi assim:
Tudo preparado com esmero para o almoço de sexta-feira.
Motivo: a chegada de meu filho do exterior.
Tudo brilhava na casa: a prataria, os talheres, os cristais, a linda toalha de mesa, os arranjos, etc.
Minha irmã, que não mora comigo, viria também!
Traria a sobremesa predileta do sobrinho: mousse de chocolate.
A cozinheira caprichava no tempero de um belo assado de carne.
Tudo para o dia seguinte, uma sexta-feira.
Para facilitar o trabalho da empregada resolvi almoçar cedo:
Um almoço bem rápido com as sobras da véspera.
Recostei-me na cadeira da sala para relaxar...

De repente toca a campainha!
Deve ser a minha irmã.
Não! Não era ela!
Era meu filho, esperado com tanta ansiedade!
Mas esperado para amanhã!
A alegria  de vê-lo confundiu-se com a frustração da confusão de datas!
Ele logo percebeu, pelo ambiente, algo “no ar”!
Apelei para a minha esclerose!
Dei logo ordens à empregada para preparar um almoço ligeiro: Omelete de queijo, arroz fresquinho, farofa de banana e uma saladinha, sorvete de sobremesa.
Sentei-me com ele à mesa e conversamos sobre as novidades que, felizmente, eram muitas e boas.
Após o almoço, como é rotina em suas visitas, procurou saber se havia algo a consertar.
Sempre havia:
Uma TV desregulada, um DVD, o órgão eletrônico, pois meu netinho, brincando, apagou as memórias das teclas orquestradas!
Fizemos depois as finanças, escrevemos a planilha do mês e preparamos os papéis para o Imposto de Renda.
Assim passamos o dia...
Ao despedir-se, talvez notando o meu semblante de preocupação, prometeu voltar na quarta-feira para um almoço mais elaborado, com o vinho e as iguarias anteriormente prometidas.
Comemoraríamos, de verdade, a sua chegada.
É! Gafe não tem conserto mesmo!
E... Virando-se para a empregada, ele disse:
“Lembre-se que será quarta-feira o nosso almoço, hein?”

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Oração

ORAÇÃO


Devolva-me Jesus, meu Conselheiro
A paz...
Tire esse ódio do meu coração...
Devolva-me aquele coração
Humilhado
Massacrado
Mas que continha amor...
Com aquele coração
Eu sabia perdoar
Eu podia sobreviver...
Esse ódio
Vai me aniquilar
Vai me destruir
Devolva-me, meu Jesus, meu Conselheiro
A tranquilidade
A ilusão
A crença nos homens...
Faça-me ignorar as mentiras
As falsidades...
Devolva-me, meu Jesus, meu Conselheiro
Aquele coração puro
Para que eu possa outra vez
Sobreviver...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Gosto de solidão

Zenith Andersen
Uma lasanha ao forno
Um chopinho gelado
Gosto de solidão...
Um cinema em seguida
Muita gente
Filme bom
Mas no meu coração
Só solidão...

(Todos os conteúdos desse BLOG estão registrados pela autora, Zenith Andersen, e fazem parte de seu próximo livro: "Estados de Espírito")