Meditação de Zenith Andersen
E, relendo “Estados de espírito”, de Zenith Andersen,
absorvi um pouco de seu poema... meditação!
O céu nublado dificultava o apreciar simples e belo da
natureza, permitindo que ondas de pensamentos invadissem sua mente. Eles iam e
voltavam, sem qualquer controle consciente.
Céu claro incendeia a retina, alegra o espírito e impede a
amargura, mesmo em um coração que percebe nunca ter alcançado a felicidade
completa, mas que não se arrepende de sua escolha de vida.
Mas céu encoberto permite divagações e dá abertura para a
chegada do sentimento da amargura...
As lembranças, que ela, naquele momento, tentava considerar
“sem sentido”, a mente, que ela entendia como se estivesse “vazia”, e a
amargura no coração, despertava o questionamento do:
“Quem sou eu? ”
“O que faço aqui? ”
“O que há em minha alma? ”
Questionamentos que eram constantes, embora camuflados pela
sua dedicação permanente a uma vida social ativa e contagiante!
Mas nos intervalos, entre um chá com as amigas, e uma
conversa animada comigo, pelo telefone, surgia a sensação de que havia um
imenso deserto bem dentro de sua alma!
Um deserto que ela considerava imenso, e por onde ala
caminhava e dava voltas, sem nada ouvir, sem nada sentir...
Um deserto, que minha mãe considerava “cansado”, “demorado”,
e, por vezes, comparando-o a um coração que, segundo ela, nunca foi amado!
Mas, depois de toda essa reflexão, bastante forte, ela
desejava sentir esse sentimento, não como tristeza, nem como melancolia, mas
sim como um momento sublime, como ela bem disse, de meditação.